Faça Você Mesmo?

Faça Você Mesmo as suas reparações domésticas! Poupará dinheiro, porque não chama um profissional; poupará tempo, pois faz as reparações conforme a sua própria conveniência em vez de ter de esperar; por último, poupará trabalho, porque lidar com um problema menor assim que surge evita que este se transforme numa tarefa maior — as roturas em canalizações são um exemplo clássico. Provavelmente estará a estranhar ler estas frases aqui, numa página de uma empresa de reparações. Queremos apenas alertá-lo que, apesar deste tipo de afirmações poderem ser verdadeiras, existem riscos em efectuar você mesmo as suas reparações domésticas. Que podem resultar no aumento significativo das suas despesas, em vez de as diminuir!

Por exemplo, desentupir um cano de esgoto do lavatório, bidé, banheira ou lava-loiças, pode parecer uma tarefa que se executa com uma certa facilidade, mas nem sempre é assim.

Simples e barato, um desentupidor de sucção, aquele tradicional em borracha, pode na maior parte das situações eliminar pequenas acumulações de resíduos, sem necessitar de muita força. Sempre que a água começar a demorar a escoar tente utilizar um desentupidor de sucção antes de tentar qualquer outra solução.

Certamente existe um sifão, debaixo da loiça ou no pavimento, e se possui as ferramentas e acessórios adequados, poderá ainda abrir a tampa de visita e remover as obstruções que habitualmente aí se encontram.

Se não conseguir ou não possuir os conhecimentos ou meios necessários, este é o momento em que deve pedir auxílio a um profissional.

Desapertar o parafuso de fixação do ralo da loiça, para efectuar o desentupimento, origina frequentemente infiltrações, na maioria das vezes não detectadas por um particular e que causam problemas mais graves no futuro.

Restaria ainda a utilização de produtos químicos altamente corrosivos, que podem cegar ou provocar queimaduras graves. Falamos do ácido muriático (designação comercial do ácido clorídrico a 33%) ou da soda cáustica (designação comum do hidróxido de sódio).

Para além dos cuidados que deve ter na armazenagem em sua casa (devidamente identificados e fechados à chave num armário, longe do alcance das crianças), e da imperativa necessidade de utilização de equipamento de protecção individual adequado à sua manipulação (luvas impermeáveis, óculos e máscara de protecção, calçado fechado, roupa velha, avental) e da ventilação do local, existem outros riscos!

Sabe quando deve utilizar um ou outro? Se as tubagens resistem à aplicação destes químicos? E em que quantidade ou concentração os pode usar?

O caso que a seguir ilustramos, exemplifica uma das situações que nos surgem cada vez com mais frequência.

O sr. X, reside numa casa antiga, em Lisboa. Numa certa manhã, notou que a água que estava no lavatório, teimava em não escoar. Na verdade, já há algum tempo que o fazia cada vez mais devagar... Já tentara com o tradicional desentupidor de borracha e também enfiara um arame pelo cano abaixo, mas sem êxito. Desapertara e limpara o ralo, mas nem sequer encontrara mais do que um ou dois cabelos enrolados. Desde que o fizera, embora tivesse apertado tudo muito bem, notava que aparecia um pouco de água no chão, junto da coluna do seu lavatório.

Resolveu perguntar na drogaria o que poderia fazer e adquiriu uma embalagem de desentupidor de canos.

Quando chegou a casa, abriu a embalagem e viu que continha uma infinidade de pequenas esferas brancas. Como a água que tinha deixado no lavatório entretanto tinha desaparecido, deitou para dentro do ralo um bocado razoável do produto que comprara. Fez um barulho estranho, como se estivesse a ferver e saiu um pouco de vapor. Decidiu aguardar um pouco para que fizesse efeito. Abriu então a torneira de água quente do lavatório, mas a água continuava a não escoar. Parecia que ainda estava pior. Depois de mais umas insistências com o arame e o desentupidor de borracha, e como tudo continuasse na mesma, decidiu chamar um canalizador.

Perante a situação encontrada e como a tentativa de abrir a metade inferior, do sifão de garrafa em latão existente, se revelou impossível sem recurso a meios que poderiam danificar a loiça, optou-se pela desmontagem da coluna do lavatório para facilitar o acesso.

Desmontado o sifão...

Após muitas tentativas para se conseguiu abrir o sifão, o resultado era este...

Vê-se claramente o "cogumelo" formado pela acumulação petrificada de soda cáustica (o produto utilizado na tentativa de desentupimento por parte do sr. X) e que bloqueava completamente a passagem da água.

Podemos comparar a diferença entre o sifão existente e o novo que viria a ser instalado.

Depois do serviço concluído..

Nesta situação, conseguimos resolver o problema, sem recorrer à quebra de paredes ou pavimento. Mas isto apenas foi possível por existir um sifão por baixo da loiça. Se a tubagem tivesse como é vulgar, um sifão localizado no chão e a acumulação de soda se tivesse formado na tubagem embebida, tal teria sido impossível!

Para concluir, queremos apenas recordar que a prevenção, nestes casos como em tantos outros, é a melhor solução.

Procure evitar a passagem de cabelos e outros materiais sólidos pelo ralo das loiças sanitárias.

Lembre-se que embora a descarga da sanita seja mais larga, não significa que aí tudo passe e saia. Não deite pensos higiénicos ou fraldas descartáveis na sanita pois constituem a principal causa de obstrução das prumadas e caixas de limpeza, porque aumentam de tamanho dentro de água. Também não deve deitar cotonetes ou cabelos, pois existe o risco de estes últimos formarem uma teia e depois originar a acumulação de outros resíduos. Utilize o caixote do lixo.

No ralo do lava-loiças, evite a entrada de gorduras que solidificam a frio e também de resíduos sólidos como bagos de arroz, espinhas, escamas, caroços e outros.

Utilize detergentes biodegradáveis, diminuindo a possibilidade de espumas que petrificam nos sifões.

E não hesite em contactar-nos!